quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Trabalho do agente de saúde é essencial no combate à dengue
 


Importante aliado no combate à dengue, o agente de saúde em zoonoses é o elo entre o governo e a comunidade. Responsável por fazer o controle vetorial dentro das residências, eles auxiliam os moradores na eliminação dos focos do Aedes aegypti e orientam sobre como prevenir a doença.
Para o controle da dengue, em todos os municípios de Minas Gerais são realizadas periodicamente visitas domiciliares, quando o agente faz a inspeção do terreno e elimina os possíveis criadouros do Aedes aegypti. Os agentes também orientam os moradores sobre os hábitos que devem ser adotados naquela residência para evitar que novos focos se desenvolvam.
Embora simples, esse trabalho é de fundamental importância para interromper o ciclo da doença. “Sempre que é identificado algum foco dentro da residência, o agente o trata com aplicação de larvicida ou faz aplicação espacial de inseticida nos locais onde estão ocorrendo a transmissão”, afirma a referência técnica estadual em dengue da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Kauara Campos.
A dona de casa Marcelina da Silva Santana e o aposentado Afonso Xavier Santana, moradores de Ribeirão das Neves, receberam a visita do agente de saúde e sabem que eles estão ali para ajudar. “Ele me explicou um monte de coisas! Vou até parar de usar pratinhos nos vasos das minhas plantas, pois não quero trazer a dengue para dentro da minha casa”, conta dona Marcelina.
Infelizmente, nem todos agem assim. Dados parciais levantados pela Força Tarefa apontam que das 65.624 residências visitadas, 17.648, cerca de 26% do total, não quiseram receber os agentes de saúde. “O número é bastante elevado, principalmente se levarmos em conta que a maior parte dos focos do mosquito transmissor da dengue está no ambiente doméstico”, completa Kauara.
De acordo com a técnica da SES, a resistência dos moradores à entrada dos agentes de saúde nas residências torna o trabalho de prevenção inútil e expõe a população a novas contaminações, pois os mosquitos continuam proliferando e transmitindo a dengue. “As pessoas precisam deixar o agente fazer a vistoria na parte interna da casa. É responsabilidade de todo cidadão agir no dia-a-dia dentro de casa, escola, local de trabalho e na comunidade para combater a dengue, que pode matar. Somente assim protegemos nossa família e vizinhos”, finaliza.
O morador consegue identificar um agente de saúde com bastante facilidade. Ele sempre deve estar uniformizado e com crachá personalizado. Em caso de dúvidas, o morador pode ligar para o Centro de Zoonoses do município e confirmar os dados apresentados no crachá.
Agora é lei
Numa tentativa de diminuir o índice de notificações da dengue e eliminar o risco de uma epidemia no estado, foi sancionada, no início deste ano, uma lei que regulamenta as medidas adotadas pelo Governo de Minas no combate à doença. A lei responsabiliza qualquer pessoa, seja física ou jurídica, pública ou privada, que desenvolva atividades que resultem em acúmulo de material ou em outra condição propícia à proliferação do mosquito transmissor da dengue.
De acordo com a lei, permitir a existência de focos do Aedes aegypti é uma infração sanitária que está sujeita a pena educativa e multa. Permitir que materiais que acumulam água fiquem expostos às condições climáticas ou deixar de adotar medidas de controle que impeçam a existência dos focos são condições sujeitas à aplicação da lei.
Segundo o assessor jurídico da SES-MG, Ricardo Assis, não deixar que o agente de saúde visite o interior dos imóveis é um exemplo de atitude passível de penalidade. “A fiscalização cabe aos municípios que podem regulamentar outras leis específicas para esse caso. No âmbito geral, o morador pode responder por desobediência, por infração sanitária e penalmente”, explica.
Hábitos a serem adotados
- Lave, principalmente por dentro, com escova e sabão, os utensílios usados para guardar água em casa, como jarras, garrafas, potes, baldes, etc.
- Não deixe água acumulada sobre a laje.
- Mantenha a caixa d’água completamente fechada.
- Mantenha bem tampados tonéis e barris d’água.
- Elimine ou encha de areia, até a borda, os pratinhos dos vasos de plantas.
- Se você não colocou areia e acumulou água no pratinho de planta, deve lavá-lo com escova, água e sabão. Fazer isso uma vez por semana.
- Se você tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso, principalmente por dentro, com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.
- Lave, semanalmente, por dentro, com escova e sabão, os tanques utilizados para armazenar água.
- Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.
- Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias, etc.
- Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terrenos baldios.
- Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance dos animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana.



Fonte:Governo de Minas

VACINA ANTIDENGUE SERÁ TESTADA NO BRASIL



 Depois de noventa anos dos primeiros estudos, a vacina contra a dengue entra na fase final de preparação e o Brasil pode ser o primeiro país a recebê-la. Em março, executivos da empresa francesa Sanofi Pasteur desembarcarão em Brasília para propor ao governo federal um acordo para que o País tenha prioridade na distribuição do imunizante. A proposta vem a calhar, pois algumas cidades brasileiras inclusi BH, correm sério risco de surto de dengue. Aliado a isso vem, é claro, o interesse econômico, pois multinacionais buscam locais onde possam compensar seus investimentos. O Brasil seria perfeito para receber as primeiras doses porque a doença é endêmica e possui recursos para a vacina. Os testes da terceira fase do imunizante desenvolvido pela Sanofi serão iniciados neste ano, com 30 mil pessoas.